
Há muitos dias eu perseguia, ao longe, a moça que vendia balões na praia. Eu simplesmente precisava saber mais dela.
Fazia mais de um mês que passei apressado ao lado dela e quando meus olhos passaram rasos sobre o seu rosto, vi um sorriso que nunca tinha visto antes. Fiquei dias tentando ver aquele sorriso, mas ela não o repetiu.
Eu queria aquele sorriso. Queria prendê-lo dentro de uma garrafa pra ele nunca mais me escapar...
Foi assim que eu descobri que a gente, como os balões de gás hélio, vamos murchando devagar.
E quando eu estava quase vazio, encostei sem querer na beirada do guardassol e, como um balão, estourei!