Era uma vez um rapaz e uma moça. Eles se conheceram numa noite, num bar, enquanto os respectivos amigos tinham ido ao banheiro. Ele elogiou o perfume dela e ela elogiou o corte de cabelo dele. Ela era segura de si e ele um cara divertido. Conversaram por muito tempo e perceberam que tinham muito em comum. A afinidade mútua foi instantânea.
Quando a turma voltou, eles já estavam em sintonia no papo e não se separaram mais. Passaram a noite toda conversando, rindo, cantando as músicas de forma desafinada, mas com muita empolgação e desfrutando da presença um do outro. Fizeram da noite um momento mágico.
No instante de se despedir, fizeram o óbvio: anotaram o número de telefone um do outro e prometeram ligar. E ligaram. E marcaram de se encontrar novamente. E se encontraram. E tiveram mais uma noite maravilhosa. E se encontraram novamente uma dúzia de dúzia de vezes. Tudo o que queriam era estar do lado um do outro.
Conheceram a casa um do outro, a família um do outro e todos os amigos um do outro. Quem via os dois, em qualquer lugar que estivessem, percebia a ternura mútua com que se olhavam. O carinho era evidente a quilômetros de distância. E, como era natural, prometeram nunca se separarem e um cuidar do outro.
E foi assim que eles se encontraram na vida e quiseram permanecer juntos. Ninguém podia separá-los. Eram uma coisa só. Viveram uma dessas histórias meio clichê que ninguém costuma a contar porque, apesar de haver um homem e uma mulher e o final terminar com "e viveram felizes para sempre", ele era gay e ela lésbica. E o mundo prefere histórias de amor a histórias de amizade...