quarta-feira, dezembro 30, 2009

O HOMEM INVISÍVEL


Eu aprendi a ficar invisível:
basta fone de ouvidos, música boa e olhos fechados.

domingo, dezembro 27, 2009

REQUIEM


Queria me livrar da sina,
do cárcere que me prende.
Do algoz que me açoita
sem ferir minha pele.
Da obssessão avassaladora,
desse terrível desejo
de mais e mais querer
algo que me destroi.
E matar o pássaro que canta
dentro da gaiola no quintal.
A ruina da minha paz
é o sangue que corre em mim...

MALDITA INSPIRAÇÃO QUE ME SALVOU


Sua culpa foi me deixar inspirar por teus líderes subversivos...
Minha culpa foi não ver que a mensagem deles não foi compreendida...

quinta-feira, dezembro 24, 2009

CORAÇÃO DE NATAL


Queria ser apenas uma faísca de luz.
Pequena, mas muito maior
do que a poeira escura que sou.
E, junto à outras faíscas,
faria chover luz pra todos nós!
Obrigado pela visão da sombra.
Obrigado pela Sua Luz!

quinta-feira, dezembro 17, 2009

DO PROFESSOR AOS ALUNOS


Eles passarão...
Eu passarinho...

segunda-feira, dezembro 14, 2009

O FUTURO OÁSIS


Leva tua leva
que eu quero só
estar só...
Uma semana no deserto.
Eu e a areia quente.
Eu e minha sombra fria.
Por fora e por dentro...

sábado, dezembro 05, 2009

POSTEIO


A arte de fazer a poeira do armário
virar a arte do agora exposto...

quinta-feira, dezembro 03, 2009

DO LADO DE DENTRO


A grama verde coberta de
flores amarelas.
O voo suave de um pássaro.
Minha visão fraca e embaçada.
Sons de vida ao lado.
Mariposas beijam os arbustos.
O azul das nuvens
e o branco do céu.
Já não tenho certeza...

OLHAR BEIJA-FLOR


Meu olhar voa e para no ar.
Num nada qualquer.
E gosta dali. E fica por ali.
Meu olhar voa de flor em flor
e gosta do prazer do pouso.
Quando a flor pousa no beija flor
ele muda de cor.
No fundo, todo beija-flor quer
Decifrar a flor.
esgotar o néctar.
Ir fundo no mundo da flor.

UM MEDO


Vejo um rosto, será?
Um vulto, um reflexo, imaginação.
Falta a pedra e sobra prudência.
Ouço vozes caladas por aqui.
Alguém ao longe, será?
Duvido de mim e me assusto,
no medo do concreto desaparecer no ar.

BARBA DE NÁUFRAGO


Ele nasceu sozinho, a mãe não queria...
Ele deixou os amigos que o machucavam.
Acordava sozinho, almoçava sozinho,
dormia sozinho, morria sozinho.
Vivia em sua ilha de osso
cercada de carne por todos os lados.
E se feriu no próprio escudo,
numa manhã.
Morreu sufocado, pela tarde.
E queimou-se radiante na noite.

MEU AMIGO E MEU RIVAL


Meu amigo está aqui,
meu rival está lá...
Meu rival é grande,
importante, perigoso,
desafiador, forte.
Ele está no meu lugar.
Meu amigo é pequeno
e não me traz perigo.
Torço pelo seu sucesso
onde minha sombra não pousa.

SUA PRETENSÃO


Os lábios se movem
e eu apenas observo
o flácido e falho poder seu
de definir o que se passa
dentro de mim...