quinta-feira, maio 27, 2010

EU, UM HOMEM DE FERRO


Minha proteção contra o mundo
me define mais do que o que tenho por dentro.
É um escudo que uso como arma.
Eu achava que eu era um cara bom.
O que eu tenho no peito é Paládio.
O que me faz ser o que sou
é a razão da minha dor.

quarta-feira, maio 12, 2010

COMUNHÃO


Registre aqui o seu palavrão!

CASA DO ADEUS


Se se pede pequenas luzes,
quer que fique a escuridão?
Seus olhos estão vendados,
mas quem quer mudar isso?
Já quis entender.
Desisti de entender.
Agora, francamente,
faço questão de não entender.
Deixa eu apagar a luz.
Deixa eu jogar o véu.
Deixa eu cegar a vista
e a faca também.
A ferida agora vai ser
fruto do que não se vê.

sábado, maio 08, 2010

MÉLA REV


,aossep a icehnoC
.arodatnacne siam a sadot ed
!aidneerpmoc em omoC
.ós mu esauq somarÉ
:edadrev a iv ue euq étA
oxelfer uem sanepa are
...onilatsirc ogal mun

PARQUE DO ARREBOL


__Vejoooooooooooooo_
_booooooooooolas de_
____sabãoooooooooo__
__subindoooooo______
__nooooo__ventooooo_
_____rumooooooooo___
_aooooooooo_________
_____soool__________

PALÍNDROMO


O aval é ágil. Liga e lava-o.

TODOS OS SANTOS


São jorge afundou meu barco.
Ogum cuspiu no prato em que eu comia.
Sheila debochou das minhas palavras.
Uriel atirou 7 pedras em mim.
Tupã bateu com um porrete na minha cabeça.
Diana abafou minha voz nascente.
Kiam lançou sobre mim uma maldição.
Mas o que mais doeu foi quando
eu mesmo resolvi me machucar.

VOGAIS


-Ah, é?
- Ô...
-Uai... Óia aí!
-Ih!!! É uó!
-Uh!...

quinta-feira, maio 06, 2010

FONTE DOS DESEJOS


É só um palito de fósforo.
Aproveito o seu calor.
A água goteja no copo.
Bebo com satisfação.
É pouco, mas é o que brota da nascente.
Gloria in excelsis Deo.

sábado, maio 01, 2010

VISTA VERMELHA


O metrô é um lugar feito para os flertes. Os bancos ficam em posições em que é quase impossível que todo mundo não se olhe.
E foi assim que eu a vi. Linda. Usava um vestido bem justo, todo de vermelho. Os cabelos ruivos, soltos.
Era impossível não notar que ela estava com um sorriso diferente. Nunca tinha pousado meu olhar nela, mas aquele sorriso era diferente de todos os que eu já havia visto.
Ela se levantou para desembarcar numa estação antes da minha. Não titubiei e saltei do trem ali também. Corri para alcança-la no meio da multidão que subia as escadas daquela estação. Dei três tapinhas de leve em seu ombro direito. Ela parou, se virou e me olhou com um jeito enigmático.
Perguntei:
- Por acaso você não é a irmã da Janete?
Inventei o nome na hora, só para puxar papo mesmo.
- Não, não tenho nenhuma irmã... Mas você é o Adão, certo?
Como ela sabia meu nome? Seu rosto não me era familiar. Eu, como um bom fisionomista, me lembraria, caso houvéssemos cruzado o caminho um do outro... Respondi, surpreso:
- Sim, sou eu...
- Ah, pois é... Tenho algo pra você...
Fiquei muito intrigado com tudo aquilo. Ela procurava algo dentro da bolsa e me entregou dizendo:
- Pegue!
Era uma maçã. Dito isto, ela virou as costas e saiu andando sedutoramente, enquanto eu, maquinalmente, olhava-a com assombro e mordia o fruto que estava em minha mão.