Ela tinha um lenço amarrado na cabeça.
E, eu acho que ela já nasceu com o cabelo grisalho...
O que ela mais gostava era de debulhar e comer romã.
Ou não.
Talvez gostasse mesmo de se perfumar, passar batom e se enfeitar.
Qualquer coisa, falava pra gente ir correndo a uma benzedeira.
Ela cantava músicas que ninguém lembra mais.
Pelo menos uma vez por ano ela defumava a casa com ramos diversos como arruda e alecrim.
Todo dia ela rezava, de manhã e de noite.
Ela picava couve como ninguém.
Se lembrava de tanta coisa e falava de um mundo mágico.
As mãos tremiam tanto...
Sua voz era tão calma e branda.
Seu sorriso era dos mais livres.
Tinha uma tesoura velha de baixo da cama: uma das suas simpatias...
Sua costura era motivo de orgulho.
Ela tinha um cheiro misto de café, erva-cidreira, arruda e alecrim.
E alecrim era a flor do campo que nasceu sem ser semeada...