Ela tinha um lenço amarrado na cabeça.
E, eu acho que ela já nasceu com o cabelo grisalho...
O que ela mais gostava era de debulhar e comer romã.
Ou não.
Talvez gostasse mesmo de se perfumar, passar batom e se enfeitar.
Qualquer coisa, falava pra gente ir correndo a uma benzedeira.
Ela cantava músicas que ninguém lembra mais.
Pelo menos uma vez por ano ela defumava a casa com ramos diversos como arruda e alecrim.
Todo dia ela rezava, de manhã e de noite.
Ela picava couve como ninguém.
Se lembrava de tanta coisa e falava de um mundo mágico.
As mãos tremiam tanto...
Sua voz era tão calma e branda.
Seu sorriso era dos mais livres.
Tinha uma tesoura velha de baixo da cama: uma das suas simpatias...
Sua costura era motivo de orgulho.
Ela tinha um cheiro misto de café, erva-cidreira, arruda e alecrim.
E alecrim era a flor do campo que nasceu sem ser semeada...
6 comentários:
saudade que não cicatriza...
mas, que quanto maior mais preenche a alma...
saudade boa...
que ilumina a vida...
que tal uma homenagem com arruda e alecrim...
acho que pode fazer bem a todos
bjocas
Lu, vamos defumar o mundo com alecrim e arruda!
Bjão!
temos mais semelhanças que imaginamos...rs
Muito lindo!
Saudade assim tem seu lado cruél... Pra mim, fica menos difícl superar por saber que um dia haverá reencontro....
Engraçado é o Amor.... Muitas coisas no mundo podem ser destruídas ou levadas da gente, mas, o Amor, esse não... Ninguém tem o poder de destruir, roubar ou simplesmente diminuir.. Nem "a morte, angústia de quem vive"....
Bjs.
Adorei o blog!
Esta postagem... linda e que traz lembranças.
Parabéns!
Fênix in ônix, já disse que somos muito iguais... rsrsrs... Afragos e abração!
Nat, concordo com suas palavras em totalidade! Bjs!
Lunar Strain, obrigado pelos elogios! Abraços!
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