Quando viu um cachorro deitado na calçada de sua casa foi em sua direção. Aproximou-se dele, chutou a sua barriga e esbravejou:
- Saia daqui, seu pulguento maldito!!!
Foi trabalhar. Era Garçom num restaurante barato. Como de costume, antes de sair da cozinha cupiu no prato daquele freguês velho e chato que comia ali quase todo dia no mesmo horário. Talvez foi a melhor coisa que lhe aconteceu no dia...
Ao voltar pra casa, teve que ignorar mais uma vez o "boa noite" do motorista de ônibus, mas conseguiu uma pequena satisfação: ver o trupicão de uma menininha de 5 anos que subiu no ônibus de mãos dadas com a mãe.
Chegou em casa e ficou andando de um lado para o outro, de olho no relógio. Até que o telefone tocou. Atendeu apressado o telefone e foi logo dizendo:
- E aí?
-...
- Passou?
-...
- Parabéns! Então agora terei uma irmã médica?
- ...
- Eu imagino. Vestibular é um saco, mas você conseguiu. Agora vê se estuda, viu? Já contou pra todo mundo?
-...
-Então desliga e vai ligar!
-...
-Tchau.
Sentou no sofá, ligou o rádio, suspirou e deu um sorriso de canto de boca, batendo o pé ao ritmo da música calma que tocava...
4 comentários:
Li, reli, li de novo, treli, quadrili...
Bem, quero só dizer: espelho da maioria de nós, se não nessa medida, em outra com o mesmo umbigo.
Ps.: obrigada pelos comentários lá no blog.
Abraços.
Ei Rafa;
Adorei o post. De fato, ninguém é absoluto, e é sempre bom ter isso em mente.
;*
Cotidiano de todos nós... que como dito pela Nat... "se não nessa medida, em outra com o mesmo umbigo"...
só espero, e quero, acreditar em canções mais amenas aos sairmos de casa e nos suspiros do sofá.
Nat, obrigado. Somos isso aí, né? Bjooos!
Luiza, obrigado! "Ninguém é absoluto..." bela frase! e eu escrevoi um texto deste tamanho... rsrsrs.... ;*
Lu, eu também espero... Bjoos!
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