terça-feira, maio 28, 2013

O AMOR DOS SINOS


Os sinos tocavam ao longe enquanto eu tocava o seu rosto para preparar-lhe para o beijo que haveria a seguir.

Eu, com os meus 57 anos, confesso que gostava de sentir sua pele macia de quem faria 19 daqui há uma semana, mas tinha um certo receio da malidicença alheia.

Tenho certeza que muita gente reprovaria o nosso amor. Iriam me chamar de canalha ou depravado. De você, duvidariam da sinceridade dos sentimentos.

Mas eu sabia que era tudo real. Eu sabia que era tudo amor. Eu sabia que havia pureza e nada mais. Porque os sinos sempre tocavam quando a gente se via, no meio da rua. Eu ouvia os sinos ao cruzar o meu olhar com o seu. E os sinos não haveriam de mentir e nem de enganar a quem quer que seja.

Você me fazia sentir tão jovem. E eu lhe dava tanta maturidade. Quando eu tinha suas coxas em minhas mãos, sabia que o prazer que eu tinha era o seu também. Afinal, os sinos, nesses momentos, soavam com uma fúria de quem detém a verdade.

E amor é isso! Fazer bem um ao outro. E ouvir os sinos, ainda que eles não toquem mais.