terça-feira, fevereiro 07, 2017

POENTE


Cada ano a mais
é um osso a mais
que dói no cotidiano.
Cada verão a mais
é um morro a menos
que subo a pé sem me cansar.
Cada ciclo a mais
é um comprimido a mais
que tomo pra dormir.
Cada período a mais
é uma descoberta
de mais uma ruga.
Cada tempo a mais
é um sonho a menos
que é possível realizar.

Envelhecer é dançar uma valsa,
de forma cada vez mais lenta.
É ter uma alma velocista
com um corpo sempre a freiar.
É caminhar para o horizonte,
pálido e melancólico, como o Sol
que sabe que em breve vai se por.

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