quinta-feira, dezembro 03, 2009

BARBA DE NÁUFRAGO


Ele nasceu sozinho, a mãe não queria...
Ele deixou os amigos que o machucavam.
Acordava sozinho, almoçava sozinho,
dormia sozinho, morria sozinho.
Vivia em sua ilha de osso
cercada de carne por todos os lados.
E se feriu no próprio escudo,
numa manhã.
Morreu sufocado, pela tarde.
E queimou-se radiante na noite.

4 comentários:

Anônimo disse...

foi um aviso?

adorei, Rafa!

Rapha Vieira ou um dos seus alteregos disse...

Luiza, talvez seja um aviso... Ou talvez já tenha acontecido... Ou talvez não seja mais que palavras... Obrigado!

Luanda Perséfony disse...

A solidão de nós mesmo é sempre a mais dolorida... vivemos sem mães, amigos, palavras... mas nunca sem os sonhos que nos superam o osso e a carne...

Rapha Vieira ou um dos seus alteregos disse...

Lu, solidão dolorida...