Eu caminhava lentamente para frente e, às vezes, olhava pra trás para ter certeza de que a janela não havia se fechado e os olhos continuavam a me proteger com sua força invisível. Os passos eram duvidosos e parecia que, a qualquer momento, tudo poderia desabar. Não havia medida para o medo, que me parecia engolir num precipício sem fim.
Contudo, a coragem fez morada na minha alma, me deu combustível para as minhas pernas e eu segui em frente. Analisei o risco e fiz o que tinha que fazer: atravessei a rua. O chão era duro, a noite era fria, as pessoas passavam se esbarrando sem nem mesmo se importar.
Então era só questão de tempo até eu me acostumar a caminhar sozinho e começar a querer, quem sabe um dia, te tirar do outro lado da calçada.
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