domingo, dezembro 16, 2012

ÚLTIMAS PALAVRAS

Sentaram numa mesa para conversar. Continuariam ali um papo que começou antes, mas que foi interrompído:
- Você tem toda a razão... Mas quem precisa de razão? E o que a gente faz com essa emoção? Tudo o que a gente sente, o quanto isso tudo nos faz bem... Gosto de sentir minha respiração ofegante quando te vejo, me sentir quase sufocado pelo bem da tua presença... Gosto de sentir minha mão trêmula, sem saber por onde te agarrar para que você esteja sempre presente... Me diga que você não gosta?
- Eu gosto, mas me faz mal. Por isso, não quero mais. Não posso me ferir toda hora...
- Como você pode agir com tanta frieza?
- É apenas cuidado comigo o que estou fazendo.
- E de mim? Você não vai cuidar? Não gosta de mim?
- Gosto de você, sim. Mas eu me amo, antes de mais nada. Lembra que o plano era ficarmos bem? Estou cuidando de mim e de você. Você não iria me querer se eu me destruisse...
- Eu iria te querer de qualquer jeito...
- Pois é. Este é o problema! Não me queira de "qualquer jeito". Me queira do melhor jeito possível!
- Você sempre tem argumentos pra tudo, não é? Frases fortes sempre prontas para serem ditas... Tudo bem! Então vá! Eu vou tentar ficar bem...
- É melhor eu ir mesmo. Uma conversa nunca vai fazer sua emoção entender...
- Emoções não entendem... Você é que me ensinou isso...
- É verdade! Então essa conversa foi um erro...
- Não. Ela foi o necessário ponto final. Mas agora vá andando logo, já que você não vai ficar, que a cada segundo que você prolonga isso, me machuca um pouco mais...
- Tudo bem. Se cuida...
- Você também...

2 comentários:

Laly Cataguases disse...

Adorei o "Não me queira de 'qualquer jeito'. Me queira do melhor jeito possível!" Taí uma coisa difícil e infelizmente comum de um entender do outro.

Rapha Vieira ou um dos seus alteregos disse...

Laly, o texto nasceu dessa frase, acredita?

Beijos!