Anteontem eu pude recuperar um raro prazer: comer gabiroba!A doce frutinha do campo, de que eu sempre gostei. Tem gosto de infância, de mato perfumado pelo orvalho e pelo sol da manhã. Gosto de pai caminhando comigo e fazendo um passeio, sem rumo certo... Sabor de acordar cedinho num domingo e ir no lote vago ao lado para dar bom dia ao mundo. No paladar, o gesto da vizinha em não cortar a planta silvestre porque havia um rapazinho de 5 anos que gostava muito daquele fruto...
Sabor de uma palavra que pode ser doce, às vezes: saudade... Com o progresso a gabiroba praticamente se foi. É difícil encontra-la...
Mas não é que pude reencontrar tudo isso? Tudo dentro de um único frutrinho maduro, saboreado bem devagar... Nunca o sabor de água com açucar me pareceu tão bom!
4 comentários:
bem legal... esse tipo de coisa q me faz pensar em uma velhice com uma aposentadoria tranquila no meio do mato!!
... saudade do calor de ficar sentada no fogão a lenha; saudades de cair no poço e ter beijos roubados; saudade do cheiro de terra molhada nos dias de chuva; saudades dos meus buques de hortencia e vestidos de crepom; saudades das contas complicadas do meu caderno de fatos; saudades de cantar "caca" com meu bebê; saudades das cores do jardim; saudades do bolinho de chuva com leite; saudades das tardes na piscina; saudades de roubar bandeira; saudades da voz do meu pai; asaudades de assistir ensaios pela janela; saudades do onibus lotado pra ir pra escola; saudades das festinhas de salgadinho e refri; saudades dos fins de semana com os filmes cults do meu tio; saudades de ficar horas pintando camisas pros amigos; saudades de passar a tarde sentada na arvore conversando sobre o passado; saudades do pastel de milho do Estadual...
acho que essa sua gabiroba teve um gosto, realmente, muito bom...
brigadinha por dividi-la, e desculpe o post (é o que acontece quando se manda o próprio blog pro espaço)que acabei deixando como comentario rsrsrsrsrs
bjos (tbm com saudades)
A sensibilidades pode nos levar as mais remoto lugares que nem imaginamos ter dentro de nós mesmos. A fruta fez aflorar a sensilidade humana que vive em você. Se todos nós fizessemos assim tb. pelo menos de vez enquanto iriamos de encontro com a verdade da expressão viver bem e feliz....bjos pra vc.Adorei a narração...
Renato, valeu, mas eu sou um bicho do mato que prefer viver na cidade. Sem desfazer do mato! Abraço!
Lu, acho que alguém tem sua "gabiroba" também, né? rsrsrs... Esse povo que usa meu blog pra publicar seus próprios posts como comentários... rsrsrsrs... Beijo grande de gabiroba e saudade!
Silvia, uma fruta pode nos levar de encontro ao que foi perdido... Sensibilidade, fruto da saudade! Obrigado! Beijo!
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